O secretário municipal de governo, postura e comunicação da prefeitura municipal de SG, Sandro Almeida, concedeu na noite da quinta-feira, dia 12/11, uma entrevista exclusiva ao blog 'A política RJ', onde o secretário comentou sobre sua administração à frente da pasta, sobre questões do governo do prefeito Neilton Mulim e sobre a política municipal em São Gonçalo. - De antemão, agradeço ao secretário!

ADMINISTRAÇÃO À FRENTE DA PASTA
A política RJ: Secretário, qual é o serviço prestado pela secretaria de governo, postura e comunicação? Qual é a função desta pasta?

Sandro: Aqui é uma secretaria estratégica, que faz a parte de articulação política, especialmente com a questão da câmara de vereadores, busca parcerias para o crescimento da cidade, organiza alguns eventos de maior proporção e trabalha também a comunicação social e a posturas. 

APRJ: Qual é o balanço das ações da secretaria desde o inicio de sua administração? Quais foram os projetos desenvolvidos e qual é o mais importante?

Sandro: Bom, nós lançamos alguns projetos interessantes que infelizmente foram paralisados por dificuldades orçamentárias, que foram o "prefeitura nos bairros' e 'domingo de arte e lazer'. Desenvolvemos por ultimo o projeto 'cidade limpa', que também em função, especialmente da crise financeira que assola o país, passa por um momento delicado, já que a prefeitura esta com muita dificuldade na arrecadação e no recebimento dos repasses federais. Isto tudo acaba colocando em xeque o bom andamento dos serviços. 

APRJ: Então o cidade limpa está parado?

Sandro: não esta exatamente parado, já que as equipes continuam na rua. Mas estamos num momento complicado. Creio que muito em breve voltaremos a normalidade da coleta e consequentemente do projeto 

APRJ: Quais as mudanças que ocorrerão em sua secretaria em comparação a da gestão anterior?

Sandro: A secretaria de governo na administração passada era uma secretaria meramente política, não tinha atuação executiva, não tinha um corpo técnico, não tinha a mesma atuação que nós temos. Cada governo tem uma forma de fazer gestão, e aqui a gente é bastante atuante. 

APRJ: Tem previsão de algum outro projeto à ser implantado na cidade?

Sandro: A gente quer retomar o cidade limpa, projeto que estava dando super certo, que é um trabalho, que vai muito além da fiscalização que se fazia diariamente, a gente fazia um trabalho de educação em relação a questão ambiental e ao cuidado com o lixo, que foi um projeto que deu muito certo. Nós também fizemos através de parcerias, a revitalização da praia das pedrinhas, nós fizemos a revitalização da entrada do bairro do Coelho, e o calçamento de várias ruas, e estamos iniciando dois projetos esportivos, um na comunidade do Coroado e outro na comunidade do Feijão, a gente vai pegar aquele campo lá do Feijão e vamos fazer uma quadra com grama sintética, com vestiário e etc... será uma linda área de lazer. Acho que tem tudo pra levar mais possibilidades e qualidade de vida às comunidades. - O secretário também afirmou que, devido ao ano eleitoral de 2016, a pasta estará evoluindo na questão dos entendimentos estratégicos políticos. 

APRJ: Como o senhor acha que a operação 'cidade limpa' ajudou o município?

Sandro: Quando nos assumimos o projeto a pedido do prefeito, nos elaboramos, montamos e colocamos em execução. A cidade passava um momento delicado na questão da coleta, apesar dos pagamentos estarem todos regulares. Acho que a gente fez um trabalho de fiscalização e conscientização que foi muito importante. O prefeito tinha nos dado três meses para resolver o problema, e para surpresa nossa, em menos de quarenta dias a cidade já estava com uma outra cara, o comércio participou de forma efetiva, cumprindo os horários que foi determinado para colocação do lixo, então a população vinha participando bem, mas infelizmente com essa crise que afeta o país, o projeto também foi afetado. Mas assim que as coisas estiveram novamente normalizadas, voltaremos com força total. 

APRJ: Qual foi a dificuldade assim que começou a sua administração?

Sandro: Me adaptar à administração pública, uma vez que eu sou empresário desde os 17 anos, então sempre fui gestor, mas a administração privada é muito diferente da administração pública. Me adaptar a essa nova realidade foi difícil para mim. Eu admito que o primeiro ano foi de muita resistência, muita dificuldade em entender a forma burocrática como a administração pública funciona, mas a gente vai se adaptando e vai avançando. Acho que a minha equipe acabou aprendendo bastante comigo e eu aprendi muito com a minha equipe. Foi uma troca generosa de conhecimentos e experiências. No final deu tudo certo. 

GOVERNO
APRJ: Como é sua relação com o prefeito Neilton Mulim?

Sandro: Nós somos amigos de muitos anos, hoje sou secretario dele, mas trabalhamos juntos a bastante tempo. Temos uma relação de nove anos de amizade e trabalho. Aprendi muito com Neilton. Acho que ele foi meu maior professor na área politica. É um cara que se preparou ao longo dos anos. A experiencia de seis mandatos fazem toda diferença.

APRJ: De 0 a 10, como você avalia a atual administração do governo municipal? 

Sandro: Bom, eu acredito que muito em função da crise, uma crise que atingiu o país como um todo e não deixou de atingir também o nosso município, fica difícil fazer uma avaliação mais aprofundada, então eu acredito que assim, se a gente for comparar o que está acontecendo com São Gonçalo comparado com outros municípios, que não estão nem conseguindo pagar a folha de funcionários, eu diria que o Neilton está conseguindo driblar bem a crise e daria um 10 para o governo. Mas esta crise dificulta muito uma melhor avaliação.

APRJ: Para o senhor, qual é a maior dificuldade, o maior problema que o município enfrenta?

Sandro: O orçamento. São Gonçalo tem a pior renda per capita do estado. Uma cidade com tantas carências e mais de um milhão de habitantes, precisa de maiores investimentos por parte do estado e união. 

APRJ: Foi noticiado, ainda este ano, o projeto da prefeitura, por meio de sua secretaria para a revitalização de Alcântara, o bairro mais populoso de nossa cidade. Como está o andamento deste projeto?

Sandro: O processo foi aberto, e o prefeito está se esforçando para tirar do papel e executar, uma obra que acredito que da pra fazer, apesar da crise. 

POLÍTICA
APRJ: Secretário, recentemente o senhor foi alvo de uma denúncia feita por um vereador na câmara, sobre os serviços prestados pela 'casa', matéria foi noticiada por nosso blog, onde o vereador denunciou que a 'casa' era a sigla para o 'Centro de Atendimento ao Secretário S.A, que realizava serviços como troca de lâmpadas entre outros. O vereador não falou o nome, mas na rede todos sabem quem o vereador citava. O que o senhor tem à dizer sobre isso?

Sandro: Eu acho que o vereador está equivocado, quem executa é o poder executivo, eu sou secretário de governo, por tanto, eu faço parte do braço de execução do governo, o meu trabalho, além da parte política, é preservar o bom andamento do governo, portanto o vereador está equivocado. A minha tarefa enquanto servidor do poder executivo é de ajudar a executar, a dele é de legislar. Vamos continuar firme ajudando o governo e o povo gonçalense.

APRJ: As especulações para o próximo ano eleitoral são as mais diversas. Pessoas ligadas na política municipal e até mesmo vereadores já comentaram em plenário que o senhor e também a secretária Roseli, de administração, serão os candidatos do prefeito à vereança. Pondo fim ao mistério, essa especulação é verídica? O senhor será candidato à vereança em 2016?

Sandro: Não é uma decisão que cabe somente a mim, é uma decisão que parte do prefeito, do partido, dos meus amigos e especialmente da minha família. Se esse conjunto de pessoas entenderem que é o momento de eu vir candidato, eu não teria problema nenhum de tentar o pleito. Já tenho mais de 20 anos de trabalho na área política da cidade. É a primeira vez que ocupo um cargo público de confiança, mas tenho experiência enquanto dono  de agência de publicidade, gráfica e pesquisas. Já trabalhei diretamente com vários candidatos, dos mais variados cargos. Então com mais essa experiência na administração pública que me trouxe mais conhecimento, mais musculatura a nível de preparo, eu me sinto em condições de disputar um cargo público eletivo. Mas volto a dizer, ninguém é candidato de si próprio, portanto eu não serei candidato por minha vontade, mas por uma decisão coletiva e um conjunto de possibilidades. 

APRJ: Secretário, o que mais deixou a popularidade do governo abalada, foi o não cumprimento de várias promessas. Sendo o senhor é o articulador do governo, porque o projeto das vans a R$ 1,50, promessa de governo não foi aprovada na câmara? Até mesmo a base governista votou contra. Como o senhor vê isso? 

Sandro: Uma situação delicada, as duas casas são independentes e eu respeito a decisão da casa legislativa. O prefeito enviou a mensagem, acho que era obrigação do executivo. Ele enviou o projeto duas vezes e as duas vezes foram rejeitadas pela câmara. Eu prefiro não entrar na discussão e respeito a decisão da casa.

APRJ: O senhor vê chances de uma futura reeleição do prefeito Neiton Mulim? 

Sandro: Sim. O cenário político atual é muito propicio para uma reeleição do prefeito. 

APRJ: Por que o senhor acha que o chamam de super secretário, secretário de ferro entre outros?

Sandro: Acho que é um exagero dizer isso, eu sou o secretário que tem um dos menores orçamentos na pasta, não tenho nenhum processo de contratação aqui na minha pasta e acho que isso está muito ligado com a minha relação de amizade com o prefeito e pelo fato de eu ter sido o coordenador tanto da eleição dele quanto da eleição do irmão, o Nivaldo, para deputado, e evidentemente ali eu era o que estava de frente e as pessoas acabaram me vendo desta forma, mas não tem nada a ver, eu sou um secretário como qualquer outro e volto a repetir, minha pasta é estratégica, mas não é poderosa. Não tenho poderes para definir, esta cabe somente ao prefeito e ao gabinete. Tento contribuir da melhor forma, só isso.

APRJ: Como o senhor vê São Gonçalo?

Sandro: vejo como uma cidade que precisa acontecer. São Gonçalo é uma cidade que não pode fazer parte da história apenas e tão somente como a segunda maior a nível de eleitor, e a cada eleição os governantes do estado e do país se lembram da cidade, mas depois as visitas tornam-se cada vez menos frequentes. São Gonçalo precisa se impor, São Gonçalo precisa acordar para a importância que tem, nós temos uma das cidades mais importantes da região metropolitana e vivemos um contrassenso muito grande: nós somos a 2º a nível de população e a última em orçamento. Então é um contrassenso inimaginável, mas esta é nossa realidade. E precisamos mudar isso. A cidade deveria produzir mais, a cidade deveria empregar mais. Mas, eu acho que tudo isso se deve a mais empenho dos governantes à nível de estado e a nível de Brasil para enxergar São Gonçalo com a importância que tem, e não apenas pela importância eleitoral. Não adianta os prefeitos tentarem mudar o cenário da cidade sem apoio do estado e união. Não tem como. Prova fiel disso é que a linha 3 que é prometida desde 1996, e de lá até aqui nada aconteceu. 

APRJ: Mas o prefeito Neilton buscou o governo federal e o governo estadual?

Sandro: Sim. O prefeito conseguiu, com toda crise, apoio do governo federal ao projeto de pavimentação, num montante de mais de cento e setenta milhões. Quase um milagre se percebermos que o país esta parado. Veja, este é um mandato atípico, qualquer um governante que estiver hoje, a frente da pasta, por mais habilidoso que seja passa por muita dificuldade. O governo do estado do Rio está quebrado, o governo federal está quebrado, e esse momento atípico dificulta todos os gestores. Não tem orçamento na união, não tem orçamento no estado. Vejo até muita boa vontade do governador Pezão, mas acho que o momento que o país está vivendo não é propício a grandes intervenções. Mas vamos passar por mais esta, o povo brasileiro é muito criativo. Vamos em frente!