De A tribuna RJ
Presidente da Câmara de Itaboraí,
Vereador Deoclécio Machado
Foto: Câmara de Itaboraí
Na primeira batalha quem saiu vitorioso, ontem à noite, foi prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo (PMDB), porém vereadores de oposição dizem que continuarão lutando. Em uma manobra política, seis vereadores da base aliada não compareceram à votação do documento que pede a cassação do peemedebista. Assim, a votação não teve quórum e foi adiada. A previsão é que até segunda-feira os vereadores tenham escolhido uma nova data para a votação. Com a presença apenas dos vereadores de oposição, a sessão de ontem foi um verdadeiro ataque ao governo municipal.

"Podem ter ganho a primeira batalha, mas vamos continuar lutando e vamos ver quem estará em pé e quem vai cair no final. Ele [Helil Cardozo] mandou pagar R$ 5 milhões para a gente não comparecer hoje e os nove que estão aqui nesta sessão não aceitaram. Esse dinheiro era para que nós não votássemos. Além disso, ele obrigou os seis vereadores a não vir e eles não vieram", disparou o presidente da Câmara, Deoclécio Machado (DEM).

Os vereadores aos quais Deoclécio se refere e que não estiveram presentes ontem foram os vereadores Edinho (PMN), Souza de Manilha (PTC), Irmão Caio (PSC), Geraldo Saraiva (PSD), Ézio Barcelos (DEM) e Clemilson Mixaria (PSL). Eram necessários pelo menos dois terços da Casa, ou seja, 10 dos 15 votos dos vereadores para aprovar a cassação do chefe do Poder Executivo, conforme determina a Lei Orgânica do Município, porém como apenas nove compareceram na sessão a votação foi adiada.

O relator, Alzenir Santana (PTB) apresentou seu parecer e leu o documento a um plenário lotado, com direito a gente em pé e transmissão em um telão para a praça. O processo veio de uma denúncia de um morador da cidade. De acordo com o documento, a Prefeitura tem pago com atraso o duodécimo à Câmara (repasse mensal de 6% do orçamento municipal, garantido pela Constituição); não responde aos requerimentos de informações feitos pelos vereadores sobre contratos firmados entre o Município e 16 empresas prestadoras de serviço; além do funcionamento precário do hospital e de postos de saúde, apesar do governo investir mais que o limite constitucional na saúde (15%). De acordo com o Legislativo, o atraso no repasse do duodécimo costuma chegar a 15 dias e isso ocorre desde o fim do ano passado.

"Em 24 meses de governo não foi construído um único posto de saúde. Muito pelo contrário, a emergência do hospital foi fechada por quatro vezes. O Governo Municipal coloca a culpa no Comperj, mas isso é uma grande mentira. Nos últimos dias o prefeito tem exonerado diversos funcionários da prefeitura alegando crise, mas como a folha salarial passou de R$ 64 milhões para 72? Tudo para fazer politicagem eleitoral", afirmou Alzemir Santana.