Vereador Carlos Jordy foi entrevistado pelo blog | Foto: Divulgação/Facebook
O vereador de Niterói Carlos Jordy, do PSC [de malas prontas para o recente Patriotas], foi entrevistado pelo editor do blog A política RJ, Claudionei Abreu, onde falou sobre o trabalho que está desenvolvendo como vereador no município de Niterói e sobre o cenário político e as eleições do próximo ano. Confira.

Quem é Carlos Jordy?

Meu nome é Carlos Jordy, servidor público durante seis anos, o último cargo que ocupei foi na Antac - Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Meu interesse na política surgiu a partir da eleição de 2014, com toda a repulsa que a população tinha contra o lulo-petismo e a direita começou a sair do armário e as pessoas se organizar, estudar um pouco mais. E no cenário que eu estava percebia que eu era uma mera engrenagem na máquina, então eu queria operar a máquina para poder contribuir com o momento político de levante da direta, com as pessoas estarem indignadas com a inversão de valores, não só com a corrupção, mas também na questão moral.

Como você conheceu a família Bolsonaro? 

Eu fui para a academia nacional de polícia, antes da Antac, e no meu último dia da acadêmia eu conheci o Eduardo Bolsonaro. Ele ainda não era deputado federal, e me perguntou qual era minha linha política, respondi que era de direita conservadora e ele disse que era filho do deputado federal Jair Bolsonaro. Eu disse que era muito fã e entusiasta da família Bolsonaro e o Eduardo me disse que iria se candidatar a deputado, e quando eu fui me mudar para Brasília, para trabalhar na Antac, comecei a frequentar muito o gabinete dele e consolidamos uma amizade e surgiu a ideia de vir candidato a vereador. Conheci o Jair, o Flávio e o Carlos e a nossa eleição começou a ganhar muito vulto e graças a Deus no ano passado tivemos uma grande adesão aqui em Niterói, que ainda não tinha uma representativa de direta e conversadora.

E como foi fazer toda sua campanha em cima de uma plataforma ideológica de direta e conservadora, uma vez que a cidade não tem uma representação alinha à direita? 

Como era um nicho, que ainda não era explorado aqui em Niterói, esse era o meu impeto: querer frear todas as pautas da agenda da esquerda, pois a gente observava que eles estavam dominando o cenário político municipal, estadual e nacional e faltava um representante de direta, que estudasse tudo isso para fazer frente nos debates. Quando nos colocamos como opção conservadora na eleição do ano passado, nós tivemos muita resistência da esquerda, que sempre teve a hegemonia do discurso, que não aceitava uma opinião divergente dos seus pensamentos. Teve muita gente aqui em Niterói que começou a se sentir representada e começou a perceber que existia alguém com a coragem de falar o que pensa, que não se curvava ao "politicamente correto", podia falar abertamente o que grande parte da população gostaria. Então, tivemos uma adesão muito grande.

Nesses onze meses de mandato, qual projeto você apresentou na Câmara que acredita ter maior relevância?

Tivemos vários projetos de grande relevância, mas um vereador de oposição e com uma linha conservadora, com um prefeito que tem o seu DNA petista, que tem dezessete vereadores que se curvam a ele, e ainda dois de oposição que são de esquerda que de vez em quando flertam com as políticas dele... Então, é muito difícil aprovar projetos aqui, onde muitas vezes não são nem levados à pauta para a gente poder votar, projetos que seriam excelentes para a cidade e diversos segmentos da população. Tem projeto, por exemplo, que estabelece a divulgação de quanto cada macro-área do nosso município está arrecadando de impostos e quanto que está tendo de retribuição para essas áreas, para que o cidadão saiba o retorno dos seus tributos. Mas esses projetos não vão para votação. Fiz o projeto Escola Sem Partido, que está na comissão de constituição e justiça empacado. O nosso maior trabalho como oposição é a fiscalização do Poder Executivo, como nós temos feito muito bem.

Os seus embates com a vereadora Talíria Petrone, do PSOL, que tem uma ideologia extremamente contraria a sua, são sempre bem polêmicos. Como você vê a troca de ideias de dois extremos aqui na Câmara Municipal?

Eu sempre ouço as pessoas dizerem que o ambiente político está muito polarizado e que essa polarização não é boa. Essa polarização é boa demais. A quem não interessa que a política não seja polarizada? A quem tem a hegemonia cultural, a quem tem a hegemonia do discurso: a esquerda. Eles reclamam que está polarizado porque quando eles tinham o establishment cultural, onde só eles falavam, só eles determinavam o que era certo e errado, não tinham o contraponto. Agora nós temos o contraponto que é essencial para a política. Nós temos aqui vereadores de esquerda, onde eles sempre implementavam seus projetos, empurravam as pautas da sua agenda de esquerda, e não tinha ninguém para contrapor, e muitos projetos passavam. Agora, com a minha figura de vereador estabelecendo esse contraponto, fica mais difícil deles implementarem todas as questões que era destrutiva para a cultura, as tradições e os valores do cidadão niteroiense.

Como você avalia o mandato do prefeito Rodrigo Neves? 

O prefeito Rodrigo Neves, como prefeito, é um bom marqueteiro. Ele gasta demais com marketing, com a assessoria de imprensa, inclusive ele já gastou mais de R$60 milhões desde 2014 e é uma empresa envolvida na Lava-Jato. Rodrigo Neves investiu pesado em publicidade para encobrir um governo que é medíocre. Se você for analisar todas as coisas boas que ele realizou por Niterói, vai ver que ele teve um custo muito alto para a cidade. A transocênica foi uma obra mal planejada, com empreiteiras envolvidas na Lava-Jato, gastou-se muito mais que estava previsto inicialmente no contrato. Bastava ali o túnel. Toda aquela obra faraônica, mal planejada, está sendo um grande transtorno para a população e provocando o fechamento de determinados estabelecimentos.

Durante a sua campanha, o deputado federal Jair Bolsonaro foi um grande aliado que você teve. Como foi o apoio dele para a sua campanha? Você acredita que a imagem dele trouxe um retorno para o seu mandato?

O apoio dele foi fundamental, foi muito importante para a minha campanha, mas não bastava o apoio dele. Naquela época da eleição, o Jair apoiou cerca de 30 candidatos, e somente dois foram eleitos: Carlos Bolsonaro e eu. Eu era uma incógnita, uma pessoa que teve o apoio dele, mas eu sai sai todos os dias na rua, conheci pessoas que comungavam dos nossos ideias, mas não sabiam que o Jair Bolsonaro estavam apoiando alguém aqui em Niterói. Por isso eu digo que foi muito importante, mas demandou muito suor, muita sola de sapato e saliva, que é muito importante isso. Hoje a minha imagem está mais atrelada a família Bolsonaro do que naquela época, pois nós temos feito um mandato alinhado com família Bolsonaro, um mandato que demonstra esse alinhamento, respeito e lealdade que eu tenho a família Bolsonaro e aos ideais que eles defendem.

E como que você vê o Bolsonaro na disputa pela presidência da República no ano que vem?

Nós sabemos que Jair está sendo muito aclamado e nunca vi um político ser tão ovacionado quanto Jair Bolsonaro. Nem Lula, que era um incompetente, mas teve um momento na sua vida onde todos os fatores convergiam para a popularidade dele, era tão aclamado pela sociedade como é o Jair. As pessoas não param de querer tirar foto com ele e isso nunca foi visto por nenhum outro político. Eu tenho certeza que hoje ele é o que está em primeiro lugar nas pesquisas, mas a quem interessam essas pesquisas que são feitas pelo Datafolha e pelo Ibope? Não interessa a eles que o Jair esteja figurando em primeiro, vão estar sempre ali colocando o Lula, que por mais que ele seja um bandido imoral, pra eles é melhor, é favorável a permanência do Lula do que um Jair Bolsonaro. Eu tenho um pouco de receio com as urnas eletrônicas, que são totalmente fraudadas, pode ser que queiram fazer alguma coisa como fizeram em 2014, onde eu também tenho minhas dúvidas se o PT venceu e fraudarem o resultado. Se o Lula não concorrer vai ser de W.O, de lavada.

Com a sua imagem em crescimento e apoio de um forte candidato à república, você cogita uma candidatura a deputado no próximo ano?

Inicialmente eu não tinha minha pretensão, porque é meu primeiro mandato e eu achava que política é algo que eu tenho que ter muito esforço para entender esse projeto legislativo e burocrático que existe na política. Com o passar do tempo o meu mandato se esmerou muito para aprender e trabalhar arduamente pela população niteroiense e começamos a despontar um bom mandato de vereador. Então, começaram a vir as especulações, jornais locais começaram a dizer que talvez eu viesse a federal, que talvez só estava dependendo da decisão de Jair Bolsonaro vir a presidente. Depois os próprios Bolsonaros começaram a dizer que era necessário uma bancada forte na câmara federal e também na Assembleia Legislativa para dar continuidade a esse projeto de nação que estamos construindo, e começaram a colocar esse projeto na minha cabeça. Então, hoje, eu me coloco como pré-candidato a deputado federal e estou bem ansioso, com grande expectativa por esse trabalho. Então, sou pré-candidato.